RUMO À EXTINÇÃO




Procurador
Defensor
Agente  Fiscal
Delegado de Polícia
Major Brigada Militar
Técnico-Científico
 R$ 19.900,17
 R$ 15.977,87
 R$ 11.160,80
 R$ 6.874,34
 R$ 6.217,19
 R$ 2.245,85




O gráfico estampado nesta postagem evidencia o acirramento da diferença salarial existente entre os Técnicos-Científicos e as demais carreiras de nível superior do Poder executivo.
Hoje, o desconto mensal de imposto de renda de um Procurador do Estado representa mais que o dobro do salário de um Técnico-Científico.
Diante disso, para que pudéssemos chegar a ganhar apenas o equivalente ao desconto do imposto de renda mensal de um Procurador do Estado, o Governo Yeda teria que conceder um reajuste salarial à nossa categoria de mais de 100%.
Porém, de acordo com o perfil ideológico da atual Governança, um tratamento justo e isonômico a todo o funcionalismo estadual é algo que deve ser evitado. A desigualdade que há em nosso sistema social deve ser reproduzida na esfera do serviço público, pois é a pobreza de muitos que gera a opulência de alguns poucos.
Pagando salários miseráveis à grande parte dos servidores estaduais é possível remunerar com salários altíssimos os poucos barões desse mesmo funcionalismo.
Nesse compasso, diz o Governo que não há recursos para reajustar os salários dos Técnicos-Científicos.   
A propósito, por muito pouco o morotó incumbido de receber em reunião (30/11) o balaio de gatos no qual está inserido o SINTERGS não disse que a disponibilidade de meios financeiros para tanto foi exaurida pela concessão de reajustes ao Secretariado de Estado (89%), à remuneração do Chefe do Executivo (143%), à instituição de subsídios aos Procuradores do Estado (85%), pelos reajustes da remuneração dos Delegados de Polícia (24,01%), dos Oficiais da Brigada Militar (19,9%), etc.
Além disso, pouco importa ao atual Governo que o Quadro dos Técnicos-Científicos esteja definhando, não só pela escassez de concursos, mas, principalmente, pela evasão de profissionais que buscam noutras carreiras uma remuneração digna.
A título de exemplo, podemos citar o caso dos nossos colegas da Secretaria da Agricultura. 
Diante do fato de que o Governo Federal remunera os Técnicos-Científicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-MAPA com salários iniciais de R$11.000,00, vários colegas – capacitados, experientes e competentes – que realizaram concurso para provimento de cargos no MAPA já deixaram o Quadro dos Técnicos-Científicos. Outros tantos aguardam suas nomeações.
Há também uma grande dificuldade para a contratação de médicos e de outros profissionais do nosso Quadro.  Poucos se sujeitam a uma remuneração tão baixa e absolutamente incompatível com as responsabilidades de profissionais de nível superior.
E como se não bastassem todas essas agruras, os nossos representantes no SINTERGS tiveram a infeliz ideia de nos devolver ao jugo da FESSERGS, que nada mais é que um morredouro, um cemitério de categorias (basta ver a situação do Quadro Geral, que foi conduzido a uma situação de miséria praticamente irreversível).
Perdemos nossa autonomia para negociar diretamente com o Governo, e fomos submetidos à humilhação de involuir ao ponto de fazer parte de um balaio de gatos formado por categorias de nível médio que, por exemplo, não foram contempladas com o disposto no artigo 7º da Lei Estadual 10.420/95, e que têm, pois, reivindicações de outra natureza.
Aderimos, também, à burrice de fazer reuniões na Secretaria da Fazenda, as quais são absolutamente inúteis e que servem apenas para dar cartaz ao Governo – no encenado “diálogo com as categorias” –  e para que a situação dos Técnicos-Científicos seja utilizada como objeto de escárnio por nossos interlocutores.
É bom destacar que a decisão retrógrada de submissão dos Técnicos-Científicos à FESSERGS não foi objeto de deliberação em Assembleia da categoria. Trata-se de uma decisão de Diretoria, assim como foi feito em relação à CGTB.
Aliás, o artigo 55 do nosso Estatuto determina a realização de Assembleias Gerais Ordinárias nos meses de março e novembro de cada ano.  Já estamos em dezembro e até agora não há sequer notícia de que haverá uma Assembleia.
Enfim, em razão de todas essas dificuldades internas e externas que nós Técnicos-Científicos estamos experimentando, diz a nossa colega Simone, participante do blog: “estamos num mato sem cachorro.”.
Não, Simone.  A situação é ainda pior. Estamos num mato com cachorro. Porém, ao invés de nos ajudar, ele quer nos morder.

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