Apesar dos todos os esforços empreendidos pelos associados, a atual diretoria do SINTERGS conseguiu impor a vontade da FESSERGS a todos os servidores das categorias por ele representadas.
Por conta disso, fomos achacados com o desconto do imposto sindical, já estampado em nossos contracheques deste mês de março.
Vários abaixo-assinados foram entregues à diretoria do SINTERGS (SEAPPA, SSP, SEDAC, SEHADUR, SOP, etc.) pedindo a desfiliação do nosso sindicato da FESSERGS, a exemplo do que foi feito pelo SERVIPOL em novembro de 2010 para preservar os servidores policiais desse desconto absolutamente desnecessário.
Porém, os onze prepostos da FESSERGS que se apresentam como “nossos representantes” trabalharam muito bem.
Jogaram no lixo os abaixo-assinados que fizemos e garantiram – contra nossa vontade – uma bolada graciosamente transferida para os cofres da FESSERGS.
É assim que eles “nos representam”.
Esse episódio do imposto sindical tornou evidente – e, agora, só não vê quem não quer ver – o fato de que vivemos hoje, em relação ao nosso sindicato, uma situação tão triste quanto perigosa: a criatura se voltando contra seus criadores.
A atual diretoria fez com que o SINTERGS deixasse de ser um instrumento a serviço de seus associados.
Hoje, o SINTERGS tem vontade própria. Não dá ouvidos aos associados, descumpre flagrantemente seu Estatuto, insere não-associados nas Assembleias da categoria para garantir seus próprios interesses, sonega a realização de Assembleias (não fizeram a Assembleia ordinária de novembro de 2010), realiza despesas extraordinárias sem consultar o Conselho Deliberativo (os outdoors, que já estavam contratados e nas ruas antes da Assembleia de 28/02/11).
A criatura faz o que bem entender, sem quaisquer limites, e sem dar qualquer importância à vontade e aos interesses de seus criadores.
Nós, que demos vida e que sustentamos essa criatura, passamos a ser apenas financiadores dos projetos que interessam a ela.
Agora o SINTERGS faz parte de uma teia de poder sindical, um consórcio formado por mais duas entidades sindicais que carregamos nas costas: FESSERGS e CGTB.
O SINTERGS parece ser a base financeira desse consórcio, com um orçamento de mais de dois milhões de reais por ano.
A CGTB – entidade à qual estamos vinculados irregularmente, por vontade exclusiva da diretoria do SINTERGS, que não se constrange frente a essa violação estatutária – não tem recursos financeiros significativos e tampouco uma estrutura sindical forte em nossa região. Portanto, essa vinculação irregular lhe serve, e muito.
Quanto à FESSERGS, uma entidade de pouquíssima expressão no meio sindical gaúcho, somos os únicos trouxas de nível superior filiados a essa federação que, anualmente, coloca a mão nos nossos bolsos para levar o tal imposto sindical.
Em contrapartida, a FESSERGS oferece know-how aos seus 11 prepostos do Menino Deus, ensinando-lhes como fazer com que a criatura domine, subjugue os criadores.
Mostra-lhes o quão importante é “convidar” não-sócios a participarem de Assembleias ou realizar esses mesmos encontros em lugares incomuns, que dificultem o comparecimento dos associados. Exemplo: Rua Barros Cassal, bem longe do CAFF e das Secretarias de Estado.
Em relação aos técnicos-científicos, são dois os grandes feitos da FESSERGS: impor à categoria o pior reajuste salarial de sua história (o recente 4+2) e ter 11 prepostos extremamente fiéis e obedientes no comando do SINTERGS, os quais lutam com unhas e dentes – contra a vontade dos associados – para manter a vinculação entre ambas as entidades.
Em 1º de junho de 2010 nós já havíamos iniciado essa luta contra o imposto sindical. Entregamos, naquela data, um abaixo-assinado com 85 assinaturas (cópia ao final da postagem) dirigido ao presidente do SINTERGS, nos seguintes termos:
“Senhor Presidente,
Os Técnicos-Científicos abaixo-assinados vêm requerer a Vossa Senhoria posicionamento e manifestação pública do SINTERGS contra a contribuição sindical obrigatória (Imposto Sindical).
Além disso, servem-se desta oportunidade para, também, requerer que seja analisada a possibilidade de propositura de ação judicial visando à restituição dos valores já descontados de todos os associados do SINTERGS a título de imposto sindical.
Na certeza de que serão atendidos, encaminham este documento com as assinaturas anexadas. “
O destino desse abaixo-assinado também foi o lixo. O presidente do SINTERGS não se dignou de respondê-lo, muito menos de atender ao pedido apontado naquele documento.
O SINTERGS defende o imposto sindical, tanto que ajuizou uma ação (nos mesmos moldes daquela aforada pela FESSERGS) para cobrar sua fatia (60%) desse tributo. Contudo, graças ao barulho que fizemos aqui no blog, o presidente do nosso sindicato mandou suspender a ação.
Recentemente, demonstrando um mimetismo de dar inveja aos camaleões, a diretoria mandou publicar no site do SINTERGS o Ofício-Circular nº 1 da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério Do Planejamento, Orçamento e Gestão para fazer de conta que é contrária à cobrança do imposto sindical.
Porém, parece que “esqueceram” o que foi publicado na página do sindicato no dia 24/02/11 sob título “Contribuição Sindical é Imposto”: Mesmo que este imposto venha para fortalecer as entidades, que precisam de recursos para fazer mobilizações e desenvolver a luta de classe, porém, enquanto a questão salarial não estiver resolvida o sindicato está disposto a abrir mão deste recurso, para não onerar o “associado”. (grifei).
Quanta sinceridade.
Até o mês passado eles queriam o imposto sindical. Cogitavam a possibilidade de abrir mão (apenas em relação aos associados) de sua cobrança enquanto a questão da GIC estivesse pendente de solução.
Será que mudaram de ideia por estarmos prestes a realizar uma Assembleia de prestação de contas?
Além disso, é importante salientar que o desconto que sofremos neste mês de março representa apenas 20% do total (15% para a FESSERGS e 5% para a CSPB) que será descontado caso a cobrança desse maldito imposto reste consolidada no âmbito do serviço público. Portanto, se agora descontaram, por exemplo, 40 reais no seu contracheque, você pagará 200 reais quando do desconto integral.
Por falar nisso, quero agradecer e parabenizar os colegas lotados na Casa Civil que resolveram discutir judicialmente (cópia ao final da postagem) essa questão do imposto sindical.
Fizeram o que o SINTERGS deveria – há muito, lá em junho de 2010 quando apresentamos o primeiro abaixo-assinado – ter feito, e que não fez porque é obediente à FESSERGS.
Os onze que se apresentam como “nossos representantes” dizem que estão apoiando essa bela iniciativa dos colegas, mas na verdade não deram e não darão apoio algum, porque defendem a FESSERGS e não os técnicos-científicos.
Outra iniciativa maravilhosa, que faz jus a todos os elogios e agradecimentos possíveis, partiu de uma integrante do Conselho Deliberativo do SINTERGS.
Nossa colega Mirian Sartori Rodrigues enviou uma comunicação ao presidente do SINTERGS (cópia ao final da postagem), dizendo:
“Sr. Presidente,
Acuso o recebimento de um envelope contendo 100 (cem) adesivos com os seguintes dizeres: ”ESTADO DE GREVE, Governo cumpra a sua palavra, SINTERGS”. O envelope não continha nenhum ofício ou instrução orientativa. A exemplo dos outdoors, cuja eficácia é questionável – sem pensar no custo x benefício, sem uma estratégia e uma ação organizada, torna-se efêmera, desgasta a imagem do Sindicato e ridiculariza a categoria.
Também registro com estranheza o local onde foi marcada a assembleia para a prestação de contas, longe do Centro Administrativo e demais Secretarias onde estão lotados os técnicos-científicos, apenas para cumprir o estabelecido pelo estatuto, tornar pública a gastança para um pequeno número de associados e aprovar as contas provavelmente por um público selecionado e com inúmeras infiltrações.
Sem contar o fato de que foi requerido, no dia 15/03/2011, por um grupo de 12 (doze) representantes setoriais a realização de uma reunião do Conselho Deliberativo para o estabelecimento de critérios de fiscalização nessa Assembleia do dia 31/03, visando evitar a participação de pessoas estranhas ao quadro de associados do SINTERGS, requerimento esse ignorado pelo senhor e por sua diretoria, num flagrante desrespeito ao próprio Conselho Deliberativo. De que adiantará fazer essa reunião na manhã do dia 31/03? A quem esse tipo de atitude interessa?
Por outro lado causa-me alegria, e até um pouco de inveja, quando vejo publicado nos jornais que o governo concordou com 16 dos 17 itens apresentados pelo CPERS e possivelmente, pela competência, organização e trabalho coletivo daquele sindicado, o reajuste sobre os vencimentos básicos do magistério será superior a 10%.
Cabe registrar que a presidente do CPERS recusou (e fez muito bem) o convite do governo em participar do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social estadual.
Senhor Presidente, a atuação da atual diretoria tem demonstrado inabilidade, ineficácia, desrespeito com a categoria e com a história do nosso sindicato, construído com a dedicação, sacrifício e até a morte de valorosos companheiros, que esta direção não tem o direito de depreciar e/ou usar para interesses incondizentes com os interesses dos associados.”
Espero que esse grande exemplo de coragem e de comprometimento com os interesses da nossa categoria sirva de inspiração a todos os técnicos-científicos. Parabéns e muito obrigado, Mirian! Endosso tua atitude e tuas palavras!.
A propósito, esse tal “estado de greve” é uma tremenda baboseira.
O correto seria fazer constar a verdade nesses adesivos:
“Estado de coma salarial e sindical. SINTERGS, cumpra com suas obrigações”.
Qual é o técnico-científicos que não gostaria de usar esse adesivo?
Aliás, hoje (se bem entendi o que foi noticiado no dia 24/03/11 na página do SINTERGS) haverá uma reunião da diretoria com integrantes do governo, na qual será apresentada uma lista com 23 “reivindicações”.
Pelo teor dos 23 itens não me parece que aquilo seja um rol de reivindicações, mas, sim, uma lista de pedidos para o Papai Noel.
Ora, se o governo diz que ainda não pagou a GIC porque não dispõe de recursos financeiros para tanto, alguém acha plausível o atendimento daquelas (modestas) “reivindicações”?
Na verdade, a mais importante de todas as 23 é, sem sombra de dúvida, a 14ª: “Gratificação de representação para todo servidor que representar o Estado em qualquer órgão consultivo da sociedade.”. Confesso que não tenho a menor ideia acerca da autoria dessa reivindicação. Alguém tem?
Eu acrescentaria, ainda, mais dois itens para encaminhamento ao bom velhinho: 24º - Ingressos para os jogos do Inter e do Grêmio; 25º - O mesmo número de passagens aéreas utilizado por certos sindicalistas gaúchos para visitar a sede da CGTB em São Paulo. Que tal?
Sabemos muito bem que o CODIPE já foi criado pelo governo e que, pelo visto (a não ser que haja um milagre), lá discutiremos nossa situação salarial.
Antes disso, temos um compromisso imediato e muito importante: a prestação de contas do SINTERGS.
Para aqueles que perguntam sobre o que pode ser feito para recolocar nosso sindicato nos trilhos, a resposta é bem simples: rejeitem a prestação de contas.
Isso deve ocorrer não por dúvida quanto à idoneidade dos nossos colegas. Nada disso.
A rejeição deve servir para que se faça uma auditoria minuciosa, que mapeie cada centavo da receita do sindicato, a fim de que se possa apurar a possibilidade de (pressupondo melhorias para a administração do nosso ente sindical) aplicação eficaz dos recursos do SINTERGS.
É preciso melhorar, e muito, a forma de gerenciar nosso sindicato, pois não é crível que se possa gastar 200 mil reais por mês com uma casa e apenas oito funcionários (o sindicato não dispõe de automóvel próprio).
Portanto, chegou o momento de todos os técnicos-científicos fazerem a sua parte em prol do nosso Quadro e do nosso sindicato. Ativos e inativos, do interior e da Capital, todos nós devemos comparecer nessa Assembleia do dia 31/03 e rejeitar a prestação de contas, fato esse que ensejará a realização de uma auditoria profunda no SINTERGS.
Não tenho dúvida de que, a exemplo do que ocorreu na Assembleia do dia 28/02/11, pelo menos 200 peões da FESSERGS serão “convidados” a votar a favor do faz de conta que veremos no próximo dia 31.
Vejam que no dia 15/03/11, portanto, com bastante antecedência, nossos colegas do Conselho Deliberativo solicitaram “que conste no Edital de Convocação da Assembleia de Prestação de Contas de Março/2011, para ingresso na referida Assembleia, entre outros critérios, a exigência de identificação do associado, documento com foto, bem como a apresentação de um dos três últimos contracheques. Tal medida torna-se imperativa a fim de evitar que, a exemplo do ocorrido na Assembleia do dia 28/02/2011, haja a participação de não-associados.”
Não foi por acaso que a criatura SINTERGS não acatou tal pedido. A diretoria não quer esse controle.
Isso só aumenta a nossa responsabilidade, e não podemos deixar de participar.
Quem se omitir agora não poderá reclamar quando a criatura (que já se transformou num monstro) levar o nosso Quadro à extinção.
Faça a sua parte. Esteja lá e diga "não" à gastança, pelo bem do nosso sindicato e das nossas carreiras.